terça-feira, 10 de abril de 2012

A historia do CEFEC
 por Sonia Maria de Carvalho Barboza


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" Uma chácara ... Muitas laranjeiras. À entrada do terreno, junto ao portão, um abieiro, alto, esguio, num tom de sentinela ... Aos fundos a mangueira, que a este tempo, não havia ainda florescido. Escondido pelas laranjeiras um barracão tosco, acapachado. Era o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade."

Vovô Victorino.

 

Oitenta e quatro anos de abençoada e generosa História que consagra à Nova Iguaçu a fé alvissareira espargindo a caridade e os ensinos de Jesus. Há oitenta e quatro anos persiste o ideal espírita no coração da antiga rua Formosa, nas esperanças dos ancestrais, nas tertúlias, hoje palestras contendo a mesma essência doutrinária, científica e filosófica, assim como instruíra Allan Kardec, no século XIX.


No centro espírita, o alicerce é a fraternidade, o refúgio é o trabalho e a caridade, a nossa bênção; por isso mesmo, ao leitor amigo de o Correio da Lavoura, enviamos o convite para reviver, aqui e no Fé, esses momentos singulares de uma época pioneira, em que as sementes do bem e do amor cristão floresciam essências de progresso espiritual, na  " Terra dos Laranjais. "

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NOVA " IGUASSÚ "  Ano de 1920 Às 18 horas, do dia 18 de julho de 1920, por iniciativa do senhor Raul Ribeiro da Fonseca, reuniram–se à rua Coronel Bernardino de Mello, nº 45, os senhores João Machado de Souza, Antônio Rodrigues Albernáz, Conrado Pereira Baptista e Euclydes Pereira Baptista, com a deliberação de crear no município de Nova   "Iguassú", um centro espírita, a fim de serem ministrados os ensinamentos da Doutrina Espírita, nesta localidade. Para concretizar este ideal, os confrades organizaram uma Diretoria provisória, assim composta:

  • Presidente: José Narciso Ferreira.
  • Vice – Presidente: Antônio Rodrigues Albernáz.
  • Tesoureiro: João Machado de Souza.
  • 1º Secretário: Raul Ribeiro da Fonseca.
  • 1º Procurador: Euclydes Pereira Baptista.
  • 2º Procurador: Antônio da Cruz Almeida Júnior.
Com a prece de gratidão ao Mestre Jesus, às 20 horas, foi encerrada a primeira reunião do Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, sendo marcado um novo encontro para o próximo dia 25 de Julho, data em que vigora a formação de sua primeira diretoria oficial.

" Em um conjunto de idéias caritativas germinadas pelos bons espíritos para o fim de serem ministrados os ensinamentos " transcriptos " nas obras dos nossos irmãos e mestres do Espaço Espiritual,  reuniu – se no dia 25 de Julho de 1920, às 16 horas, na rua Coronel Bernardino de Mello – 45, no município de "Nova Iguassú", Estado do Rio, um grupo de devotados irmãos e trabalhadores da Seara do Senhor."


O senhor Raul Ribeiro da Fonseca assim redigiu a  "2ª Acta de Assembléia Geral " à qual elegera a 1ª Diretoria Oficial do Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade. Para o cargo de presidente: o senhor Frederico Teixeira Pinto e, vice – presidente: o senhor José Narciso Ferreira. Nos demais cargos, permaneceram os mesmos confrades da diretoria provisória.


O compromisso da memória histórica é transcrever os fatos com autenticidade. Mas, a literatura de época, o papel envelhecido, a caligrafia tecida à pena e a elegância dos vocábulos, emocionam. A personalidade desse grupo inicial é viril na convicção de suas metas e meiga na formação espiritual. Em verdade, corajosamente, eles fincaram a História do Espiritismo no município de Nova Iguaçu.


 Em clima de fraternal alegria, a diretoria eleita se inteirava de suas atividades e já se pensava em escolher um dirigente para as sessões doutrinárias. O senhor Francisco Pimenta foi a pessoa indicada para exercer esta função. Considerando-se muito  tímido para este desempenho, preferiu não aceitar. A sessão prosseguiu. No momento adequado, o Espírito de Arthur Fernandes da Fonseca, instrumentou a psicofonia da senhora Leonor Albernaz de Almeida e dirigiu ao grupo palavras de fé, incentivo e encorajamento. A todos comoveu, quando pediu ao seu filho Raul que aceitasse o compromisso de dirigir aquela reunião, cuja iniciativa fora dele próprio. Doravante, assim dissera, seria um amigo espiritual muito presente. E a beleza espiritual foi que: pai e filho, permaneceram juntos, fortalecidos nesses  laços eternos do amor cristão de Jesus, enquanto a marcha acelerada do trabalho convocava o bom trabalhador. E, eles surgiram. Eram todos bem-vindos, de longe, de mais perto, ou do além. Eles chegavam implantando a Doutrina querida, naquela cabana tosca de torrefação de café, no coração iguaçuano, a seara do nosso Fé, Esperança e Caridade.      


 Estamos ainda na mesma reunião de 25 de Julho de 1920. Três fatos importantes são confirmados:

  • 1º a direção da Instituição;
  • 2º a direção da reunião semanal;
  • 3º a escolha de um nome para o Centro.

 

A sessão já alcançara os momentos finais, quando novamente a intervenção espiritual se fez sentir. Desta vez, foi a médium Julieta Mello do Amaral Fonseca quem instrumentou a psicofonia.  A benfeitora espiritual Julieta Ramos pronunciou suavemente três vocábulos e, harmoniosamente definiu-os assim:


        " ... Fé, Esperança e Caridade ...  estas três palavras, por si só, representam a estrada alcatifada, límpida e formosa, por onde toda a humanidade está caminhando para chegar à ponte de luz que irradia de nosso Pai. "

 29 de Julho de 1920, às 20 horas.


 Após a prece inicial, mediante a presença da assembléia de sócios, em número de 28 pessoas, a respectiva diretoria fez a leitura dos Estatutos e do Regimento Interno.


 05 de Agosto de 1920, às 18 horas.

Após a prece inicial, foram redigidos e aprovados dois ofícios para os devidos fins:

1º oficiar o CEFEC na Federação Espírita de Niterói;

2º concretizar a sua existência em termos legais na Chefatura de Polícia de Nova Iguaçu.


 08 de Agosto de 1920, às 20 horas.

Foi criada a Assembléia Deliberativa e nomeados os seguintes membros:

  •   Capitão Silvino de Azeredo;
  •   Pharmacêutico Carlos Herculano de Mattos;
  •   Francisco Pimenta;
  •   Francisco Baroni.

 

Foram nomeados Sócios Honorários:

  • Capitão Vianna de Carvalho;
  • Frederico Figner;
  • Ignacio Bittencourt.

 22 de Agosto de 1920. 14 Horas.

 O barracão de torrefação de café da antiga rua Formosa, inaugura definitivamente o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade. São presentes, os componentes de sua diretoria e um número considerável de 42 pessoas. Com eloqüentes palavras, o respectivo dirigente da sessão convida o senhor Vianna de Carvalho para presidir esta memorável reunião. Ao lado de Manoel Quintão, (presidente da Federação Espírita Brasileira) e de Frederico Figner, Vianna de Carvalho concitou a todos ao cumprimento dos deveres e à prática da caridade, da virtude e da moral que se traduz dos belos ensinamentos da Doutrina Espírita. Com carinho e bondade, incentivou os iniciadores do Centro, desejando que persistissem na grande obra que acabavam de edificar. Durante uma hora, envolveu os corações de esperança no porvir, elevando todos os pensamentos para um só ponto: Deus. Em seguida, foi dada a palavra ao querido irmão das lides espiritistas, Manoel Quintão, a fim de fazer a prece de gratidão ao Senhor e de encerramento da sessão.


Desta forma, transcrevemos um pequeno trecho, narrado em ata histórica, pelo então secretário Raul Ribeiro da Fonseca:

 " ... Num timbre de voz, tão suave, doce e harmonioso, que ainda repercute em todos os corações, como se fora um bálsamo suavizador derramado pelo Invisível para minorar as aflições materiais e um convite de amor, fé e dedicação aos compromissos espirituais, nosso querido irmão das lides espiritistas, Manoel Quintão nos dirigiu a palavra do incentivo em prece..." "... e, nesses momentos finais, o senhor Aristóteles Belizário Couto, fez apologia da trilogia que denomina o Centro. Assim sendo, Vianna de Carvalho, declarou definitivamente fundado e instalado na rua Coronel Bernardino de Mello, 47, o Centro Espírita Fé Esperança e Caridade.


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Grupo de Estudos e Vivencia Espirita Evoluir
                      (GEVEE)

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