segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Livro dos Espiritos Introduçao Item VI

Item VI

Conforme notamos acima, os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Gênios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra. Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objeções.
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
“Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e “imateriais.
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o “mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a “tudo.
“O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais “existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja “destruição pela morte lhes restitui a liberdade.
“Entre as diferentes espécies de seres corpóreo, Deus escolheu a espécie humana “para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe “superioridade moral e intelectual sobre as outras.
“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
“Há no homem três coisas: 1°, o corpo ou ser material análogo aos animais e “animado pelo mesmo princípio vital; 2°, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no “corpo; 3°, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o “Espírito.
“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos “instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
“O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório “semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o “segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que “pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das “aparições.
“O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo “pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela “vista, pelo ouvido e pelo tato.
“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em “inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos “superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua “proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos “ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez
mais distanciados dessa “perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas “paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre “os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito mais, antes perturbadores e “enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles “predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.
“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram “passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da “encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão.
A vida material é “uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta
“perfeição moral.
“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar “por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual “permanece em estado de Espírito errante. (1) “Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido
“muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, “quer em outros mundos.
“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se “que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
“As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca “regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à “perfeição.
“As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o “homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito “impuro.
“A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se “haver separado do corpo.
“Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na “Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança “de todo bem e de todo mal que fez.
“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta “influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja “companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as “suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, “dando preponderância à sua natureza animal.
“Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; “estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo.
“É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
“Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo “físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da “Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal “explicados e que não encontram explicação
racional senão no Espiritismo.
“As relações dos Espíritos com os homens são constantes.Os bons Espíritos nos “atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com “coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos e “assemelhar-nos a eles.
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As “ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia.
“Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se “dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre “pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.
“Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os “das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos “parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, “conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que “pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam
permitidas fazer-nos.
“Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do “meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde “predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se “instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, “encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou “impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.
Longe de se “obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, “mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes “venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores “usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, “escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos “conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos “Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por “vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, “por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos “que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando- lhes os desejos com falazes “esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na “mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde
intima comunhão de “pensamentos, tendo em vista o bem.
“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima “evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o “bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, “mesmo para as suas menores ações.
“Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos “aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, “se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se “avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as “faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo;
que o Forte e o “Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele
“que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no “mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e “patenteadas todas as suas torpezas, que a presença inevitável, e de todos os instantes, “daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão “reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos
Espíritos correspondem “penas e gozos desconhecidos na Terra.
“Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa “apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem “avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a “perfeição, que é o seu destino final.”
Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores. Vejamos agora as objeções que se lhe contrapõem.

_________
(1) Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a
admitem certas seitas,
uma diferença característica, que é explicada no curso da presente
obra.

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